A colheita de soja é o momento auge do ciclo agrícola. Contudo, para assegurar que o máximo de produtividade seja alcançado, é essencial seguir boas práticas e as orientações técnicas corretas. 

O ciclo da soja é dividido por duas fases principais e compreendê-las pode fazer toda a diferença para o sucesso da safra. A primeira delas é o estágio vegetativo, que vai da emergência da plântula (fase VE) até o surgimento do enésimo nó (Vn).  

O segundo estágio é o reprodutivo, composto por 8 pequenos estágios, iniciando no R1, que ocorre no início do florescimento, e terminando no R8, quando a planta está completamente madura e apta para a colheita.

Planejamento e manejos pré-colheita

Antes das colheitadeiras entrarem em campo, é preciso fazer o planejamento adequado, analisando as características do solo e clima da região e a possível presença de plantas daninhas e pragas de final de ciclo.

As plantas daninhas merecem atenção especial, pois não só competem por nutrientes com a soja, como também podem dificultar o processo da colheita, causando o “embuchamento” da colheitadeira, o que pode danificá-la e atrasar a operação. 

Já as doenças ou pragas podem infestar a soja no fim do ciclo, atingindo a floração, maturação e causando danos às vagens e aos grãos. Exemplos comuns, incluem:

1. Mancha-parda: causada pelo fungo Septoria glycines, que afeta as folhas, podendo provocar a desfolha precoce nas plantas de soja. 
2. Antracnose: provocada por Colletotrichum truncatum, sobretudo em regiões e/ou períodos quentes e chuvosos, o fungo causa manchas nas hastes, folhas e vagens das plantas. 
3. Ferrugem asiática: causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma das mais agressivas doenças da cultura. Causa esporos claros nas folhas e pústulas na parte de baixo delas, podendo resultar em grandes perdas de rendimento se não for controlada adequadamente.

Manejo de dessecação 

Para otimizar o tempo da safra, muitos produtores optam pela dessecação pré-colheita. A ação consiste na aplicação de um herbicida que uniformiza a maturação do grão e permite antecipar a colheita. 

No entanto, é preciso saber o momento exato de aplicar o produto. A fixação do dessecante deve ser realizada no momento em que a soja possuir em torno de 70% das vagens com coloração amarronzada ou bronzeada. 

Qual é o momento certo de colher?

De acordo com a Embrapa, a colheita da soja deve iniciar assim que 95% das vagens apresentarem coloração marrom ou cinza. Isso porque, conforme as plantas amadurecem, as folhas adquirem uma cor amarelada e caem, as vagens secam e as sementes perdem umidade rapidamente.

Especialmente nessa fase, é importante que o produtor esteja atento, já que os grãos colhidos com teor de umidade superior a 15% estão mais propensas a danos mecânicos latentes (não visíveis), enquanto aquelas com teor abaixo de 13% são mais suscetíveis a danos mecânicos imediatos, como a quebra.

O agricultor pode fazer um teste, 5 a 7 dias antes do início da colheita, para avaliar a umidade da soja. Para isso, pode fazer uma pequena amostragem no talhão para avaliação.

Revisão e ajustes do maquinário

Tão importante quanto o manejo correto na lavoura, é essencial fazer a revisão do equipamento. Isso inclui a regulagem do molinete, da barra de corte, dos cilindros, das peneiras e de outras partes da máquina. Também é importante estar atento aos sensores do equipamento, calibrando-os, para ser possível acompanhar digitalmente todos os dados da operação. 

Segundo a Embrapa, durante a colheita de soja, a velocidade deve ser constante, estando entre 4 km/h e 6,5 km/h. Altas velocidades podem causar prejuízos, como a quebra de grãos. 

Desde a escolha das sementes até o momento da colheita, cada detalhe é determinante para a qualidade e o rendimento da safra. Ao seguir as boas práticas recomendadas, o produtor preserva a integridade dos grãos e maximiza os resultados. 

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