A soja pode ser atacada por pragas durante todos os seus estágios de desenvolvimento. As pragas iniciais da cultura, que atingem as lavouras logo depois do plantio, podem surgir até 30 dias após a semeadura e causar danos significativos ao longo da safra.
Segundo a Embrapa, as chamadas pragas iniciais são organismos que atacam a soja durante a germinação das sementes. Entre as mais comuns, destacam-se a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), coró (Phyllophaga cuyabana), piolho de cobra (Julus hesperus), caramujo (Gastropoda), lesmas (Veronicella spp.), grilos (Anurogryllus muticus), gafanhotos (Schistocerca spp.), tamanduá (Sternechus subsignatus) e vaquinha (Cerotoma arcuata).
Conforme explica o pesquisador Crébio José Ávila, em publicação da Embrapa, uma lavoura afetada pelas pragas iniciais da soja sofre inúmeros prejuízos, uma vez que podem causar danos severos à semente em germinação e até mesmo às plântulas, dependendo do grau de vigor da planta, ocasionando a redução do estande e, consequentemente, da produtividade.
É importante destacar que o manejo dessas pragas deve começar antes do plantio, pois algumas delas estão associadas à cultura precursora da soja. Os exemplos incluem lagartas de Spodoptera frugiperda, lesmas, caracóis e o tamanduá-da-soja, que atacam a parte aérea das plantas.
Plantio Direto e as pragas iniciais da soja
Apesar de o cultivo da soja no sistema de plantio direto (SPD) oferecer inúmeras vantagens, ele pode favorecer o aparecimento das pragas iniciais da soja. Como o solo não é revolvido com grade e/ou arado, pode ocorrer o surgimento de corós, insetos que se alimentam de raízes ou até mesmo dos nódulos de fixação biológica de nitrogênio, podendo acarretar em perdas na produção.
Contudo, segundo um artigo da Revista Visão Agrícola — publicação da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) —, com uma abordagem integrada, é possível controlar os insetos de forma natural. Isso porque muitas das práticas associadas ao SPD promovem o equilíbrio biológico, diminuindo a incidência de pragas e aumentando a tolerância das plantas a elas.
Para que o manejo seja eficiente, o artigo sugere a associação de diferentes práticas, priorizando métodos naturais e agroecológicos, como:
- Diversificação de culturas
- Cobertura do solo
- Controle biológico
- Monitoramento constante
Ao adotar essas abordagens, o ambiente se torna menos propenso ao desenvolvimento de pragas, facilitando o controle e promovendo sua sustentabilidade.
Manejo das pragas iniciais da soja
Conforme destaca a Embrapa, o manejo das pragas iniciais da soja é realizado por meio do tratamento de sementes ou de pulverizações, que devem ser aplicadas no sulco de semeadura ou na parte aérea das plantas de soja.
O especialista Crébio José Ávila alerta que os problemas com essas pragas começam com a presença de lagartas na cultura de cobertura do solo. Nesse caso, é necessário realizar a dessecação com herbicida, no mínimo, 20 dias antes da semeadura.
Portanto, o ideal é que, antes da semeadura da soja, seja feita uma vistoria no interior e na superfície do solo para detectar a presença de pragas iniciais e mantê-las longe da sua lavoura.
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